F1 de 1968 teve morte de quatro pilotos e liberação de patrocinadores

Temporada teve 30 carros na pista, 12 etapas e mais segurança depois das tragédias Em 1968, com quase duas décadas de existência, já era possível fazer um balanço da Fórmula 1 sob dois pontos de vista. O primeiro é o sucesso indiscutível da categoria, que sempre contou nos grids de largada com mais de 30 carros e, naquele ano, 22 equipes no total. O segundo, e negativo, precariedade em termos de segurança dos carros e autódromos.

Com doze etapas válidas naquele ano, outro recorde que marcava o sucesso da F1, a temporada teve início no dia 1 de janeiro no GP da África do Sul, fugindo do inverno europeu, terminando em 3 de novembro no México.

Temporada de 1968 da Fórmula 1

Uma temporada bastante agitada e concorrida, mas não podemos deixar de falar dos quatro pilotos que perderam a vida naquele ano. O primeiro deles tinha tudo para ser o grande campeão da temporada, pois pilotava o carro mais rápido, e tinha talento especial: falamos de Jim Clark, tido até hoje como um dos melhores pilotos que a Fórmula 1 já teve.
Por ironia do destino, ele venceu a primeira etapa do campeonato na África do Sul, deixando seu companheiro de equipe Graham Hill na segunda posição.
Jim Clark faleceu em 1968 em uma prova da Fórmula 2

Algum tempo depois, no começo de abril, antes mesmo da segunda etapa do calendário oficial de F1 daquele ano, Clark participava de uma prova extraoficial de Fórmula 2. Por um pneu traseiro furado, o bicampeão, vencedor de 1963 e 1965, acabou perdendo o controle do seu carro, que bateu violentamente em algumas árvores. Jim morreu na hora, e ali se perdia quem provavelmente seria o grande campeão do ano.

Mas, além dele, outros nomes relevantes dentre os pilotos da F1 foram perdidos naquele fatídico de 1968: Mike Spence, Ludovico Scarfiotti e Jo Schlesser, sendo esse último o único a morrer dentro de um carro de F1.

Seu Honda bateu violentamente no GP da França e pegou fogo, o que levou a morte de Schlesser horas depois. Com o fim da temporada de 1968, a Honda decidiu abandonar as competições, dada a gravidade do ocorrido, que se somava a alguns conflitos internos que já existiam no time.

Tragédias a parte, podemos ressaltar o campeão do ano, Graham Hill, que já detinha o título de 1962, celebrando em 1968 seu bicampeonato. O piloto competiu com o Lotus 49 movido pelo motor Ford-Cosworth DFV. Era uma dupla que tinha dado problemas no ano anterior por questões de confiabilidade, mas, sob a batuta de Colin Chapman (líder da Lotus), tudo foi resolvido e o carro deixou de quebrar, passando a vencer. Após três vitórias e boas colocações no campeonato de 1968, Hill levou a melhor.
Graham Hill foi o campeão da Fórmula 1 em 1968

O Lotus 49 merece uma importante menção nessa história. Criação valiosa de Chapman, que era engenheiro aeronáutico por formação, o 49 utilizou todo o conhecimento de Colin em aerodinâmica dos aviões. Frente aos antigos Lotus, o novo 49 já tinha um design futurista (bem mais próximo ao dos F1 atuais), e, construtivamente, revolucionava.

Quanto ao motor Cosworth DFV, a evolução seguia, e nos 49 já brindava com valentes 430 cv, casado a um câmbio de cinco marchas da Hewland, que permitia mudanças nas relações para melhor desempenho em todos os circuitos.
Outra importante primazia do Lotus 49 foi a adoção de uma asa traseira bem mais moderna: apoiada diretamente na parte traseira do carro, rente a carroceria, e não mais fixada nas suspensões traseiras, nem extremamente elevada. Essa solução melhorava a aerodinâmica e segurança do carro nas pistas.
Aliás, esse foi um ano relevante na segurança da F1, afinal, depois de tantas tragédias, os capacetes inteiriços se popularizavam (até então, eram abertos). Nos autódromos, árvores, barrancos e outros obstáculos eram removidos de pontos perigosos das provas.

Uma curiosidade dessa temporada é que, até então, a FIA só permitia patrocinadores ligados a área automotiva (fornecedores de combustíveis e lubrificantes, fabricantes de pneus, marcas de carros e por aí vai).

Com algumas marcas abandonando a categoria, começava a faltar dinheiro, impedindo a expansão da F1, o que levou a uma rápida mudança no regulamento: a partir de 1968, qualquer empresa, independente da área de atuação, poderia ser patrocinadora das equipes, carros, pilotos ou autódromos. Quem trouxesse a grana, era bem-vindo, assim como nos dias de hoje.
Na próxima semana, não perca a história do campeonato de 1969!

Fique por dentro das mais quentes noticias do momento , se inscreva no nosso jornal de notícias.

0 0 votes
Article Rating
Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
plugins premium WordPress
0
Would love your thoughts, please comment.x